Já provou Tacacá?
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Já provou tacacá?
Algumas pessoas talvez se lembrem da polêmica em que este boletim se meteu tratando do tucupi. Pois vamos dar uma nova chance a esse tipo de equívoco, já que não é fácil acertar quando se trata de detalhes dos hábitos alimentares da região Norte.
O Tacacá do Colégio Nazaré levou o título de melhor da cidade em BelémVamos falar hoje de tacacá, um alimento pra lá de típico. Na essência, o tacacá é um caldo preparado com camarão seco, polvilho e tucupi – lembrando que tucupi é uma essência amarela, extraída da mandioca brava e geralmente vendida com adição de pimenta do reino. Na preparação do tucupi, a mandioca tem de ser fervidas por muitas horas, para que perca algumas substâncias tóxicas que são um veneno para o organismo.
No Amazonas, no Pará e em toda a região norte, o consumo do tacacá é um hábito parecido com o de tomar chimarrão nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O tacacá, tomado numa cuia, é uma espécie de lanchinho da tarde, quando o calor já não é mais tão intenso, e pode receber a adição de jambu - também chamado de agrião do Pará, e com aquela propriedade que faz formigar os lábios -, chicória e pimenta malagueta.
Os jurados dos especiais de Veja, O Melhor da Cidade, elegem o melhor tacacá em duas capitais. Belém e Manaus.
Maria do Carmo serve seu famoso tacacá em Belém
Em Belém, o Tacacá do Colégio Nazaré foi o vencedor. Maria do Carmo é quem prepara os pratos e recebe os turistas e moradores da cidade todos os fins de tarde. Para fazer os tacacás, ela começa a trabalhar todos os dias antes de o sol nascer. A preparação do tucupi é a fase mais trabalhosa do processo, realizado em sua própria casa. Maria do Carmo conta com a ajuda de dois homens para moer a mandioca e depois separar a massa do caldo, com um utensílio de palha chamado tipiti. Depois de deixar o suco leitoso descansar por 24 horas, ela o leva ao fogo com bastante alho, chicória e sal. Com a experiência de quem passou 35 dos anos servindo as quentíssimas cuias, ela conhece exatamente o ponto perfeito do caldo. O cuidado com os ingredientes também é grande: os camarões graúdos são trazidos do Maranhão toda semana e o jambu é comprado diariamente. O caldo é conservado em vasilhas de alumínio para evitar a fermentação. Todos esses cuidados renderam ao tacacá vendido no bairro do Nazaré o terceiro título de melhor da cidade. Nas sextas-feiras, a casa também oferece caruru e nos sábados e domingos, vatapá, mas estes são assuntos para outros boletins.
O Tacacá da Gisela foi o vencedor em Manaus
Já em Manaus, o vencedor foi o Tacacá da Gisela. Instalada no Largo São Sebastião, no centro da capital amazonense, a barraca oferece cuias de tacacá quentinhas todos os dias. O casal Rosa Maria Vital e Joaquim Melo é responsável pela preparação da tradicional receita. A casa se tornou parada obrigatória para os turistas que visitam a cidade, tanto que o menu está disponível em quatro versões: em português, inglês, francês e espanhol. Neta de paraenses, Rosa também utiliza camarão maranhense e manda trazer o tucupi da região de Janauacá, no interior do estado. Mas seu tempero é segredo absoluto. O saboroso caldo do Tacacá da Gisela (o nome homenageia a primeira tacacazeira da praça de que se tem notícia) não é o único atrativo da barraca. A região – tombada pelo Patrimônico Histórico – já vale a visita, e às quartas-feiras acontece o Tacacá na Bossa, projeto criado pelo casal e que reúne músicos locais, que se apresentam no fim da tarde. No blog Turismo e Gastronomia tem link para receita de tacacá.
Ficou com vontade? Aprenda a fazer o tacacá.
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