Barra de caju uma ótima fonte de energia

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Para quem pratica atividades físicas ou não tem muito tempo para se alimentar, as barras de cereais apresentam-se como uma boa alternativa de nutrição. O mercado está repleto de variedades para todos os gostos nas prateleiras de supermercados, farmácias e lojas de produtos naturais. É preciso, no entanto, conhecer os tipos de barra existentes e para que elas se destinam.

A primeira barra de cereal fabricada no Brasil foi a Chonk, da Nutrimental, em 1992. Parte dos seus lucros era revertido para comunidades carentes da Amazônia. Dois anos depois, o produto foi reposicionado no mercado e ganhou outro nome, que permanece até hoje: Nutry. Pouco tempo depois, muitas outras empresas passaram a investir no filão cada vez mais crescente, uma vez que a preocupação com a saúde aumentou em uma escala global.

Os cereais foram escolhidos como fonte alternativa de alimentação por serem ricos em carboidratos, um grande fornecedor de energia para o dia-a-dia. Entre alguns exemplos de cereais estão o arroz, a aveia, o centeio, a cevada, o milho e o trigo. Nas barras, esses alimentos apresentam- se em sua forma integral, ou seja, sua estrutura não é alterada pelo processo de refinação, como em outros produtos. Além dos cereais, as frutas desidratadas são uma excelente opção para a produção das barrinhas. Há no mercado produtos feitos à base de banana, ameixa, castanha-do-pará, maça e morango.

Pensando nisso, a Embrapa Agroindústria Tropical desenvolveu uma barra de frutas rica em proteínas e vitamina C: a barra de caju. Além de ser uma fonte de energia 100% natural, a barra aproveita integralmente todos os componentes do fruto, de sua castanha até o pedúnculo. O produto é elaborado à base de caju desidratado, xerém de amêndoa de castanha e suco de caju concentrado acrescido de flocos de arroz, açúcar-mascavo, mel de abelha e aditivos. A barra de caju ainda não é explorada comercialmente, mas já se encontra como uma das tecnologias disponíveis no edital do programa de incubação tecnológica de agronegócios da Embrapa, o Proeta.

Na 24ª Feira Internacional de Produtos e Serviços para Alimentação Fora do Lar (Fispal Food Service 2008), realizada em junho deste ano, o pesquisador Antonio Calixto Lima, cuja tese de doutorado foi a barra de caju, ministrou um curso sobre o assunto na Cozinha Experimental do evento. No fi m do ano passado, a Embrapa lançou uma edição da Coleção Agricultura Familiar sobre a barra de cereal de caju. A publicação traz uma breve definição do produto e as etapas do seu processo de produção, passo a passo. Desde a desidratação do pedúnculo de caju até a embalagem e o armazenamento. Com o manual, produtores rurais, agricultores familiares e microempresários da agroindústria poderão obter orientações básicas para que possam agregar valor às frutas tropicais, contribuindo assim para o aumento da renda e a redução do desperdício.

“Excelente opção para alimentação”

A nutricionista Roberta Stella, consultora técnica e colunista do site MinhaVida.com.br fala um pouco sobre o uso correto das barras de cereais e a importância de aliar uma alimentação saudável a esse tipo de prática.

1. Quais são os tipos de barras de cereal existentes? Há alguma recomendação específica para cada uma?

As mais conhecidas são as barrinhas de cereais direcionada ao público em geral. Há, também, as barras direcionadas aos atletas que podem ser ricas em carboidratos ou ricas em proteínas. Pessoas que não praticam atividade física devem evitar as que foram desenvolvidas para praticantes ou atletas, já que essas barras são maiores e mais calóricas, chegando a ter mais do que o dobro de calorias das barrinhas de cereais comumente encontradas nos supermercados, docerias e farmácias.

2. Qual o limite máximo de consumo de barras por dia?

Não existe um limite máximo para o consumo de determinados alimentos, assim como para as barras de cereais. É importante que a alimentação não seja monótona. As barrinhas de cereais são boas opções de lanches intermediários das refeições principais. Além de práticas, elas são fontes de carboidratos e fibras, fornecendo energia e favorecendo o bom funcionamento intestinal. Por isso, uma barrinha por dia é indicada, devendo alternar o seu consumo com outros alimentos como, por exemplo, frutas.

3. As barras realmente podem melhorar o desempenho das pessoas que realizam atividades físicas?

As barrinhas de cereais fornecem carboidratos que são os nutrientes fonte de energia. Elas podem ser consumidas de 40 a 30 minutos antes do início da atividade física, evitando, por exemplo, a hipoglicemia e melhorando o rendimento. Entretanto, para praticantes de exercícios de alta performance, há barras específicas para que o atleta tenha o rendimento esperado. É necessário ressaltar que as pessoas devem ter uma alimentação adequada durante o dia para que possam atingir o desempenho desejado e para manter uma boa nutrição, não devendo a qualidade da dieta estar resumida em um alimento. A barrinha deve complementar a dieta, deixando-a adequada para o indivíduo.

4. Qual sua avaliação sobre a barra de caju? Que pontos positivos a senhora destacaria?

As barras à base de caju são excelentes opções para complementar a alimentação diária. Aproveitando toda a fruta, elas são boas fontes de vitamina C, nutriente que não é destacado em outras barras. A vitamina C é um potente antioxidante, protegendo o organismo dos danos causados pelos radicais livres. Além do fator nutricional, o aproveitamento da polpa do caju colabora para a diminuição do desperdício desse alimento onde, comumente, somente a castanha é aproveitada.

Composição química da barra de caju

Umidade (%) ..........................8,26
Proteínas (Nx6,25) % .............9,43
Cinzas (%) ..........................1,53
Lipídeos totais (%) ..................9,10
Fibras (%) ..........................5,45
Ácido ascórbico (mg/100g) .....332,40


Data Edição: 01/08/08
Fonte: Jornal Agroindústria Tropical - Janeiro/Junho 2008 Nº 126